miércoles, 25 de abril de 2012

Periferia



Sin regreso,
la postura de cualquier vida,
agujereada o lisa,
sin regreso,
con el viento,
sin el agua decidida,
sin regreso,
como cielo el techo,
como cama el cieno,
cosidos ya los bolsillos,
sin regreso,
el perfil del comienzo,
del círculo elaborado,
el punto, las coordenadas,
sin regreso,
las escasas dudas del hambre,
sólo es el comienzo,
sin regreso.

 Isso é só o começo,  LENINE, de su disco Châo




Isso é só o começo
É só o começo
Isso é só o começo
É só o começo

Aqui chegamos, enfim
A um ponto sem regresso
Ao começo do fim
De um longo e lento processo
Que se apressa a cada ano
Como um progresso insano
Que marcha pro retrocesso
E é só o começo

Estranhos dias vivemos
Dias de eventos extremos
E de excessos em excesso
Mas se com tudo que vemos
Os olhos viram do avesso
Outros eventos veremos
Outros extremos virão
Prepare seu coração
Que isso é só o começo
É só o começo
Isso é só o começo
É só o começo

Aqui chegamos, porém
Num evento diferente
Onde a gente se entretém
Um ao outro, frente a frente
Deixando um pouco ao fundo
O ambiente do mundo
Por esse aqui, entre a gente
É só o começo

Assim nesse clima quente
No espaço e tempo presente
Meu canto eu lanço, não meço
Minha rima eu arremesso
Pra que nada fique intacto
E tudo sinta o impacto
Da ação de cada canção
Preparem-se irmã, irmão
Que isso é só o começo
É só o começo
Isso é só o começo
É só o começo

Isso é só o começo, é
É só o começo
Isso é só o começo
É só o começo
Isso é só o começo
É só o começo
Isso é só o começo, é
É só o começo

martes, 17 de abril de 2012

Después



Misia de su disco Garra dos sentidos

Dança das mágoas (Poema de Fernando Pessoa)

Como inútil taça cheia
Que ninguém ergue da mesa
Transborda de dor alheia
Meu coração sem tristeza.

Sonhos de mágoa figura
Só para ter que sentir
E assim não tem a amargura
Que se temeu a fingir.

Ficção num palco sem tábuas
Vestida de papel seda
Mima uma dança de mágoas
Para que nada suceda.

miércoles, 11 de abril de 2012

Antes


En esta época tan confusa, tan convulsa, una llega a la inmediata conclusión: antes éramos, ahora somos no tanto personas y sí un claro material que ya no sabría decir si desechable laboralmente, si reciclable existencialmente, si de nulo valor. Hay una palabra que me aferra claramente al desprecio: mercado. Y todo lo que se anexa al mercado me merece el mismo vómito: prima de riesgo, IBEX, recortes. ¡Adónde vamos a llegar!, me admiro.

Pero a la foto: que nadie piense que se trata de un muñeco, ni de un extra. Siempre he defendido la foto en pleno campo de batalla, en la calle o en el rincón. Fotos que narran. Por cierto, ¿cuál es el después de esta foto?


El arado de Inti Illimani de su disco Leyenda

De no escucharse el archivo existe la posibilidad de este vídeo: El arado.


Aprieto firme mi mano,
y hundo el arado en la tierra.
Hace años que llevo en ella,
cómo no estar agotado.

Vuelan mariposas, cantan grillos
la piel se me pone negra,
y el sol brilla, brilla, brilla.
El sudor me hace surcos,
yo hago surcos a la tierra,
sin parar.

Afirmo bien la esperanza,
cuando pienso en la otra estrella.
Nunca es tarde me dice ella,
la paloma volará.

Vuelan mariposas, cantan grillos
la piel se me pone negra,
y el sol brilla, brilla, brilla.
El sudor me hace surcos,
yo hago surcos a la tierra,
sin parar.

Y en la tarde cuando vuelvo,
en el cielo apareciendo una estrella.
Nunca es tarde me dice ella,
la paloma volará, volará, volará.
Como yugo apretado,
tengo el puño esperanzado,
porque todo cambiará.