viernes, 5 de marzo de 2010

E haverá...



Coloco esa tela floreada en mi ventana.
Quizá el frío se invierta al llegar a ella.
Estoy convencida de que, como dice mi adorado Camané, habrá un lugar donde toda la cosecha dé razones más que maduras, fermente, en fin, descansada.
Hoy tengo doble alma, de fado y de flor.



Quem à janela
Camané

Ninguém sabe por que fados
Os ventos sopram sozinhos
Às janelas da saudade
arrastando tempestades
Que nos fustigam as carnes
Desfazendo com uivados
O que foi a nossa imagem
Resto de nós, quase aragem
À janela
À janela
À janela

E haverá um lugar
Onde toda esta colheita
De razões mais que maduras
Fermente enfim descansada
Desfazendo até ao osso
Este esboço de pureza
Desfeito em água mirada
Que está aonde e é o quê
À janela
À janela
À janela

Bato ao postigo, à vidraça
Responde o ego, batendo
Não sei se lá está alguém
Ou não quer, não pode ouvir-me
Quisera eu estar lá dentro
E fora também, batendo
Quisera eu ser alívio
P'ra nosso alívio encontrar
À janela
À janela
À janela